Caros leitores, com imenso desgosto atualizarei vocês sobre a crise na pediatria em Aracaju, detalhe importante: principalmente na rede privada!
Médicos de um hospital da rede privada notificaram que não trabalhariam na Urgência do hospital (por questões particulares). Mas a situação realmente agravou quando os hospitais particulares fecharam o serviço de pediatria no final do mesmo ano. Visualizem o esquema: a rede pública pediátrica em Aracaju está nos conformes do Brasil, ou seja, não é lá essas coisas. Para piorar, existem pouquíssimos leitos de UTI neonatal e pediátrica (pouco mesmo, dá para contar nos dedos). Somado a isso implante uma crise na rede privada. Pronto! O caos está formado!
O que mais impressionou foi o discurso de Glória Tereza, representante da Sociedade Sergipana de Pediatria: "o atendimento pediátrico não é lucrativo para os hospitais porque os pediatras fazem apenas os procedimentos que o paciente precisa. Se nós, pediatras, no atendimento de emergência, fôssemos pedir vários exames, talvez não tivéssemos problemas com o serviço. Nós temos um zelo e cuidado com as crianças para que elas não sofram com os procedimentos. Não podemos deixar de ser éticos com a criança, frisou". Glória Tereza, ética em primeiro lugar (boa lembrança), mas, deixe-me entender, o serviço de pediatria não é lucrativo porque os profissionais fazem apenas o que deveriam fazer? Isso não é o correto? E se o “correto” não é o “correto”, o que fazer então? Por favor, os médicos trabalham na área da saúde e não da economia, que tal seguir o juramento que é feito no momento da formatura? Compreendo a situação de tais profissionais, sei que planos de saúde e hospitais querem explorar (esses daí são espertos demais). Mas até onde fica o limite tênue da valorização do profissional e ética profissional?
Após nove meses, a crise da pediatria particular em Sergipe parece ter chegado ao fim (espero eu!). O Ministério Público Estadual e a Sociedade de Pediatria de Sergipe visitaram a urgência e a UTI pediátrica de um hospital nesta sexta-feira (11/03/11). Detalhe, a crise durou o tempo de uma gestação humana, coincidência?
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